sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Os campos da Flandres.

Nos campos da Flandres crescem papoilas
Entre as cruzes que, fila a fila,
Marcam o nosso lugar; e no céu
As cotovias, ainda corajosamente a cantar, voam
Escassas, fazendo-se ouvir entre as armas abaixo.

,
Nós somos os Mortos.
Há poucos dias atrás
Vivíamos, sentíamos o amanhecer, éramos amados; agora repousamos
Nos campos da Flandres.


Tomem a nossa guerra com o inimigo
A vós entregamos, das nossas mãos moribundas,
A tocha; que seja vossa, para que a mantenhais ao alto.
Se traírdes a nossa fé, dos que morremos,
Jamais dormiremos, ainda que cresçam papoilas
Nos campos da Flandres.


John McCrae
[tradução pessoal a partir do inglês]


Todos os cemitérios da Commonwealth têm uma Pedra da Lembrança e em todas elas está inscrita
a expressão difundida por Rudyard Kipling: Os seus nomes viverão para sempre.



Comemora-se hoje o Dia do Armistício (também conhecido por Dia da Lembrança, Dia da Memória ou Dia da Papoila), considerado como o fim simbólico da Primeira Guerra Mundial. Recorda-se o Armistício de Compiègne, assinado a 11 de Novembro de 1918 entre os Aliados e o Império Alemão, dentro de uma carruagem de um comboio na floresta de Compiègne, em França, com o objectivo de findar as hostilidades na frente ocidental. Este documento produziu os seus efeitos à "undécima hora do undécimo dia do undécimo mês”.

A papoila simboliza os soldados que perderam a sua vida em combate na Primeira Guerra Mundial e é o símbolo de uma campanha de solidariedade que nasceu do poema de John McCrae (um médico do contingente canadiano estacionado na frente de batalha belga), escrito no campo de batalha em Maio de 1915, depois da morte de um dos seus amigos, o tenente Alexis Helmer, uma da vítimas da segunda batalha de Ipres. O poema foi publicado meses depois na revista inglesa Punch, sob o título “Os Campos da Flandres”, tendo alcançado rápida popularidade e aclamação unânime.

1 comentário:

Anónimo disse...

Assim que meu pai faleceu em 1988 eu achei em suas gavetas um papelzinho amarelado com esse poema. Não era uma anotação dele mas sim parte de um livreto do qual ele retirou por ter gostado. Já se passaram 26 anos mas eu achei que aquilo era uma mensagem que me serviria para o resto da minha vida. Até hoje ela me serve para levar em frente a nossa batalha pela vida. Parabéns pelo blog.